16 beneficiários foram contemplados através de fraude, diz polícia.Dois suspeitos de serem os cabeças do esquema estão foragidos.
FONTE: Porta G1 de Alagoas. 14/12/2012 19h10 - Atualizado em 14/12/2012 21h38
Natália Souza
Do G1 AL
“O
esquema de fraudes contra o sistema previdenciário era comandado por pessoas
experientes e que sabiam manipular o sistema do INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social). O prejuízo nessa segunda fase da investigação chega a R$ 1
milhão”. Essa foi a afirmação do delegado da Polícia Federal, Alexandre
Mendonça, durante apresentação do balanço da Operação CID-F, na tarde desta
sexta-feira (14). Duas pessoas foram presas e dois suspeitos de encabeçarem a
quadrilha continuam foragidos.
Segundo o
delegado, o esquema funcionava de forma sistemática e envolvia aliciadores,
beneficiários, servidores do INSS e médicos particulares que concediam, de
forma ilegal, atestados de saúde.
“Empresas
fantasmas eram reativas por contadores, que utilizavam o nome de pessoas
interessadas em receber os benefícios previdenciários para completar o quadro
de funcionários. Os contadores preenchiam a folha de pagamento com altos
salários e criavam falsos vínculos empregatícios”, disse Mendonça. “Depois
esses beneficiários eram obrigados a simular problemas psicológicos e médicos
particulares concediam falsos atestados, contribuindo para o êxito da aprovação
do benefício”, completou.
De acordo
com Mendonça, o esquema da fraude acontecia, principalmente em bairros da parte
alta de Maceió e em Rio Largo. “A
informação era espalhada pelo boca a boca, geralmente em bairros como
Jacintinho, região do Grande Tabuleiro, Clima Bom, Rio Largo e próximo ao
aeroporto em Rio Largo”, afirmou.
Um
aliciador chegava a ganhar de R$ 3 a 5 mil por negociação. Já os servidores do
INSS, acusados de participação no esquema chegavam a faturar de R$ 200 a R$ 300
por remarcações de perícias, segundo informações da Polícia Federal. “O laudo
com o médico particular custava de R$ 150 a R$ 200. Todas essas informações nós
conseguimos através de depoimentos durante a investigação”, afirmou o delegado
da PF. Somando os prejuízos da primeira e segunda fase, a fraude totaliza R$ 13
milhões em benefícios.
O
contador Cícero Francisco Barros e o aliciador Florisvaldo Luís da Silva,
acusados de serem os cabeças do esquema, ainda estão sendo procurados pela
Polícia Federal. De acordo com Mendonça, até o momento, foram detectados 20
benefícios concedidos de forma fraudulentas. “Não é possível prever quantos
beneficiários estão envolvidos na fraude, mas depois dessa operação ainda vem
mais coisa por aí”, afirmou Mendonça.
Os
envolvidos no crime poderão responder formação de quadrilha, corrupção ativa e
passiva (no caso dos beneficiários) e estelionato qualificado.
Operação integrada
O delegado da PF destacou a ação conjunta entre o setor de inteligência do INSS
e a Polícia Federal, que resultou no desencadeamento da operação.
Foram
expedidos 20 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 16
conduções coercitiva, ou seja, quando a pessoa é levada até a delegacia para
prestar depoimento. A polícia também apreendeu um automóvel, diversos malotes
de documentos e computadores.
De acordo
com a Polícia Civil, essa modalidade de fraude vinha sendo praticada desde
2004, mas de acordo com o setor de inteligência do INSS, frequentemente são
implementadas ferramentas para impedir crimes contra o sistema previdenciário.
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